domingo, 3 de outubro de 2010

Buscai uma nova vida

Buscai uma nova vida

De forma taxativa, inicio este artigo afirmando: CRISTO RESSUSCITOU!

Na nova fé católica não há espaço para reencarnação. Isso porque, o conceito de reencarnação fere a verdade da ressurreição de Jesus Cristo. Aliás, o apóstolo Paulo, em sua primeira carta à comunidade de Coríntios é bastante claro ao referir-se a este tema: “Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé,... e se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou” e se assim fosse, “ ... seríamos os mais miseráveis de todos os homens”. ( 1 Cor 15,22 )
Essa é a base da nossa fé. Não há lugar para reencarnação no Cristianismo, apesar de erroneamente, muitos católicos mal informados falarem em carma da vida ou que alguém desencarnou. Tais expressões não convêm para nosso vocabulário.
Fiel à palavra de Deus, de que “os homens devem morrer uma só vez” (Hb 9,27), a Igreja Católica no seu novo catecismo afirma categoricamente: “NÃO EXISTE REENCARNAÇÃO DEPOIS DA MORTE” (nº 1013).
A vitória de Cristo sobre o pecado e a morte está totalmente explicitada na sua ressurreição. Viver o tempo da Páscoa é, portanto, tomar posse dos frutos da redenção operada por Jesus. Tempo este no qual somos exortados a viver uma vida nova.
As cartas de São Paulo apóstolo apresentam com muita freqüência, esse apelo de uma Vida Nova a todos os cristãos que buscam viver no RESSUSCITADO. Sem ter a pretensão de esgotar o assunto, procurarei me valer desses textos para que busquemos viver esta revolução da pessoa humana, que se dá pela ressurreição de nosso Mestre JESUS.
VIDA NOVA
À comunidade cristã de Colossos e a todos nós, Paulo exorta a uma nova vida em Cristo Ressuscitado, na busca das “coisas do alto” (Col 3, 1) e ao deixar de lado as coisas da Terra.
O que seriam as coisas da Terra que devemos deixar para trás? O texto enumera de forma clara, a prostituição, a impureza, a paixão e a cobiça como formas de idolatria.
O homem velho que vive em nós deve dar lugar ao homem novo. A nossa vida de Cristão não comporta cultivar a ira, a raiva, a maldade, a maledicência e palavras obscenas. Na graça do Ressuscitado temos que despojar-nos de tudo isso, para renovar-nos e revestir-nos das obras do Espírito.
Certa vez, quando eu pregava para um grupo de catequizandos adultos sobre a Vitória de Cristo, um jovem me disse: “Tudo isto, padre, é bonito de ouvir, mas na realidade, a vitória parece ser do diabo”. Não consigo esquecer desse jovem porque, na verdade, quando olhamos para nós mesmos ou para nossas comunidades ou para a nossa sociedade, encontramos dificuldades em presenciar os efeitos dessa vitória de Cristo. As sombras do pecado ainda estão muito densas em nossas relações. De modo geral, vivemos o limite da mediocridade religiosa que a luz da ressurreição não é capaz de nos renovar.

Acostumados aos vícios de uma lógica meramente humana desistimos de lutar por uma transformação espiritual. Esquecemos que antes “vivíamos nas trevas, mas agora somos luz no Senhor” ( Ef. 5,8 ) .
A verdade plena já nos foi revelada, porém insistimos em culpar a Deus por nossas calamidades, catástrofes e injustiças. De certa forma, é cômodo alegar que meu sofrimento é fruto de um carma.
É mais fácil querer dar ao ser humano uma chance para uma nova encarnação poder corrigir as atrocidades que por ventura nesta vida ele venha cometer. É mais fácil dizer que tudo é encosto do diabo, do que assumir a responsabilidade social do desemprego, corrupção e impunidade.
FRUTOS DA LUZ
Ainda falando sobre o que é viver a Vida Nova sob a luz da ressurreição, São Paulo apresenta três frutos desta luz: a bondade, a justiça e a verdade (Ef. 5,9). Em outra carta, ele fala da compaixão, mansidão e paciência (Col 3,12), por fim, coroando a caridade como vínculo da perfeição.
De fato a cada ano, a Igreja nos propõe viver o tempo pascal entre a Páscoa e o Pentecoste, como um forte momento de júbilo e vitória. Uma vitória já conquistada na cruz do Senhor Jesus, porém, que se efetive em ações comunitárias, sociais e pessoais concretas.
Não é por acaso que um dos símbolos da ressurreição é a borboleta, tão presente nos antigos vitrais das igrejas. O sepulcro estava vazio (Jô 20, 1 ).
O homem velho com toda sua carcaça tem que ficar para trás. O tempo é de renovação e libertação, e para isso podemos contar com a efusão santificante do Espírito Santo.

VEM ESPÍRITO SANTO E FAÇA NOVAS TODAS AS COISAS!
Padre Reginaldo Manzotti

Nenhum comentário: